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Ministro Joaquim Barbosa, primeiro negro a presidir o Supremo Tribunal Federal |
O ministro relator do Mensalão que virou uma celebridade nacional -
com direito a máscara de carnaval com seu rosto, a mais vendida até
agora - por sua postura firme contra a corrupção, implacável contra os
desvios dos "mensaleiros" é o novo presidente do Supremo Tribunal
Federal.
Joaquim Barbosa é um exemplo para o Brasil não apenas por ser o
primeiro negro a ser ministro do STF, agora assumindo a presidência da
mais alta corte do país. A trajetória vitoriosa do novo presidente do
Supremo é um prêmio a sua dedicação aos estudos, sua vontade de superar
obstáculos para ir mais longe. É um exemplo vivo de que vale a pena
estudar. Aliás, Barbosa é a antítese de Lula. O ex-presidente era um
menino pobre, retirante nordestino, virou metalúrgico e chegou à
presidência da República. Não podemos diminuir a conquista de Lula, mas
ele sempre fez questão de enaltecer o fato de que chegou onde chegou sem
precisar estudar, se orgulha em dizer que não gosta de ler nem jornal.
No caso de Barbosa, o menino pobre do interior de Minas Gerais
(Paracatu), filho de um pedreiro e de uma faxineira, chegou à
presidência do STF por seus méritos próprios, estudando muito,
alcançando um currículo jurídico de fazer inveja.
Lula odeia Joaquim Barbosa. Acha que por tê-lo indicado para o
Supremo, o ministro deveria expressar sua gratidão absolvendo a Turma do
Mensalão. Lula só esquece que Barbosa nunca fez política para chegar ao
Supremo. Na época, Lula queria indicar o primeiro negro para o Supremo.
Não tinha ninguém em vista e pediu a José Dirceu currículos de negros
com notável saber jurídico. O melhor currículo era o de Barbosa. Foi
assim que virou ministro.
A expectativa da opinião pública brasileira é que Joaquim Barbosa à
frente do Supremo continue personificando a luta contra a corrupção,
independente dos desvios serem praticados por "mequetrefes" ou por gente
poderosa.